Anualmente, mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida ao redor do mundo segundo pesquisa da Organização Mundial da Saúde. No Brasil, os dados mais atuais apontam um aumento de quase 12% no número de suicídios de 2021 para 2022, somando o total 16.262, sem considerar a subnotificação, conforme levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Ou seja, a cada 100 mil habitantes do país, 8 se suicidaram no ano passado, chegando a uma média de 44 casos por dia. Esse trágico cenário revela a importância de se promover à prevenção ao suicídio, campanha essa adotada a nível mundial no Setembro Amarelo. Cumprindo seu papel social, a Redebrasil realiza neste ano ações nas suas unidades com o lema ‘Todos pela Vida’.
No decorrer deste mês, os mais de 2.500 colaboradores têm a oportunidade de aprender um pouco mais sobre o assunto e, principalmente, entender a importância da escuta afetiva, que acolhe sem julgamentos, e de se procurar ajuda. Nos Murais da Gentileza, eles vêm sendo incentivados a escrever palavras de conforto e de motivação aos colegas de trabalho. Embora simples, o gesto ganha o papel de demonstrar a outra pessoa de que ela não está sozinha.
Para a Associação Brasileira de Psiquiatria, esse entendimento ajuda pessoas que estão pensando em terminar com a própria vida. Isso porque ‘quebra’ o ciclo dos pensamentos, sentimentos e ações de quem só consegue enxergar o suicídio como uma maneira eficaz para enfrentar ou sair de algum problema.
Recebendo informativos sobre a temática, os colaboradores da Redebrasil passaram a conhecer não somente os sinais de alerta, mas também as formas de agir ao encontrar alguém que pode estar pensando em suicídio. Além de participarem da Sexta Temática, uma palestra reforçou a relevância do Setembro Amarelo, esclarecendo pontos importantes.
Prevenção ao suicídio foi tópico de palestra na Redebrasil
Na manhã do último dia 19 de setembro, a psicóloga Camila Araújo palestrou para os colaboradores da Redebrasil, que puderam participar de forma presencial na unidade de Canoas /RS, assim como de forma on-line nas demais unidades. Iniciando sua fala pontuando que o suicídio é uma questão de saúde pública, ela apontou que os três estados com maiores taxas de suicídio são Rondônia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Afirmou ainda que a taxa global de suicídio é duas vezes maior entre homens, embora mulheres façam mais tentativas.
Outro dado alarmante apresentado pela especialista é que o suicídio é a quarta principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 29 anos. Grupos vulneráveis, submetidos à discriminação, como refugiados, migrantes, da comunidade LGBTQIAPN+, etc., também registram altas taxas de suicídio. “É importante reforçar que o suicídio não tem uma causa só, é multifatorial. Existem fatores de risco, que buscamos conhecer para prevenir”, explicou.
Dentre esses fatores, Camila destacou o humor deprimido ou estado misto, abuso sexual, perda de emprego, dor crônica, isolamento social, perdas recentes, dentre outros. Sinais de alerta como desânimo e falta de prazer nas atividades, autodepreciação, irritabilidade e descuido na higiene pessoal foram elencados pela psicóloga como presentes em pessoas que podem estar em risco de suicídio.
“Às vezes, a pessoa que está pensando na morte só precisa ser ouvida. Quem está em sofrimento precisa ter seu sentimento validado. Ela não quer morrer, ela quer ajuda”, ponderou Camila, citando como fatores de proteção uma rede de apoio, estilo de vida saudável, assim como relações familiares e sociais seguras e saudáveis.
Você não está sozinho. Busque ajude!
O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuita todas as pessoas que querem e precisam conversar. Os atendimentos são sigilosos e funcionam 24h no telefone 188 ou via chat e email no site www.cvv.org.br. O Pode Falar é outro canal de ajuda em saúde mental apto a atender pessoas de 15 a 24 anos que precisam de escuta afetiva e acolhimento.
Caso você precise prestar socorro a alguém com pensamentos suicidas, lembre-se que atitudes simples fazem toda a diferença:
- Seja um bom ouvinte: nem sempre você precisa dar um conselho, só o fato de estar presente e ouvir com atenção já ajuda muito;
- Não julgue nem diminua a dor do outro: cada um sabe o tamanho da sua dor. Não é drama nem frescura. Pratique a empatia;
- Incentive a busca pela ajuda profissional: além de reforçar seu apoio, é importante lembrar que um especialista poderá colaborar para a melhora da saúde mental da pessoa propensa ao suicídio.
Não só em setembro, mas durante o ano todo, a Redebrasil é a favor da vida, promovendo essas e outras ações que visam o bem-estar e a saúde mental de seus colaboradores. Todas as vidas importam!