05/12/2023
Como está o nível de Educação Financeira dos brasileiros?

Quase todas as competências adquiridas ao longo da vida são apresentadas primeiro na teoria. Com as informações já em mãos, os ensinamentos vão sendo desenvolvidos, com a máxima de que a prática leva à perfeição. Por isso, não falar sobre dinheiro ou ensinar as crianças sobre organização financeira desde cedo impacta tanto a vida adulta.

Conforme a PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) de novembro deste ano, quase 80% das famílias brasileiras estão endividadas, com contas a pagar principalmente no cartão de crédito, além de empréstimos, cheque especial, carnês de lojas, etc. Para entender melhor o cenário do país quanto à educação financeira, o Banco Central e o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) entrevistou duas mil pessoas. O panorama encontrado reflete essa falta de letramento financeiro.


Brasileiros estão apenas ‘se virando’ financeiramente


Considerando os conhecimentos, atitudes e comportamentos que auxiliam as pessoas a fazerem bom uso do dinheiro no seu dia a dia, o estudo calculou o nível de educação financeira dos respondentes a partir da sua postura fazendo escolhas financeiras e seu conhecimento sobre as finanças. Ao todo, 64% dos entrevistados informaram enfrentar certo desequilíbrio financeiro nos últimos anos, sendo que 48,6% afirmam apenas ‘se virar’ financeiramente.

O dinheiro nunca ou raramente sobra no final do mês para 44,8% dos brasileiros questionados, o que demonstra a falta de planejamento orçamentário. Ao viver acima do seu orçamento mensal, as pessoas se colocam à mercê de um possível endividamento e, até mesmo, inadimplência. Cerca de 36% apontaram que o dinheiro não ‘durar’ é uma grande preocupação. Em uma escala de 0 a 100, a média brasileira de bem-estar financeiro ficou em 45,7%.

Além de prejudicar o histórico financeiro e o score da população, o desequilíbrio financeiro também acaba afetando a saúde de 45,5% dos entrevistados, ocasionando ansiedade financeira, perda de sono, entre outros sintomas. Para 49,1%, as preocupações financeiras ainda levam a problemas familiares, se tornando motivo de estresse em casa.

A falta de educação financeira é vista, inclusive, na pouca resiliência financeira relatada pelos brasileiros que participaram da pesquisa. Prova disso é que 65% afirmaram não ter uma reserva de emergência preparada para casos de despesas inesperadas no mesmo valor da sua renda mensal. Em caso de demissão ou outro imprevisto, eles teriam que recorrer a um empréstimo bancário ou pedir ajuda de amigos ou familiares.


Buscar conhecimento é primeiro passo para melhorar finanças


Com pouco letramento financeiro, apenas 14,3% conseguiram realizar um cálculo de juros simples e, embora 85% entendam a inflação como um aumento de custo de vida de forma geral, apenas 54% souberam explicar corretamente a maneira como a inflação influencia em seu poder de compra.

A pesquisa demonstrou que a educação financeira deixa a desejar especialmente entre os grupos de mulheres, idosos e pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos. Também comprovou que brasileiros com nível de escolaridade maior possuem maior letramento financeiro.

Se você se identificou nas estatísticas, precisa saber que é possível aprimorar sua organização e planejamento financeiro, buscando conhecimento e colocando-o em prática. O primeiro passo dos 4 pilares da educação financeira é entender a situação atual das suas finanças e definir aonde quer chegar, para começar a agir com seus objetivos em foco.

Ficar dentro do orçamento, criar sua reserva de emergência e até mesmo começar a investir é possível, mesmo para aqueles que, hoje, estão na inadimplência. Se organize, renegocie suas dívidas e siga na sua jornada rumo ao equilíbrio financeiro!

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