O último levantamento sobre o número de inadimplentes no Brasil, feito em agosto desse ano, aponta que 71,74 milhões de brasileiros estão com as contas em atraso. A situação é alarmante e demonstra a dificuldade das pessoas em lidar com o seu dinheiro. Mas será que essa situação seria diferente se a educação financeira tivesse sido um tópico abordado ainda na infância?
Na semana em que comemoramos o Dia das Crianças, e que muitos pais gastam o que não tem para presentear os filhos, percebe-se a importância de dar aos pequenos o conhecimento sobre as finanças. Em uma fase da vida em que estão em constante aprendizado, ensinar o bom uso do dinheiro a elas pode ser o presente perfeito, que irá refletir em um futuro próspero e de nome limpo!
Escolas vêm introduzindo educação financeira às crianças
Lançado em 2021, o Programa Educação Financeira na Escola é uma iniciativa promovida pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CMV) e o Sebrae. Contemplando as redes pública e privada do país, o programa disponibiliza uma plataforma EaD em que os professores de ensino fundamental e médio recebem orientação pedagógica sobre educação financeira.
Durante as formações, que são divididas pelos anos escolares, os educadores aprendem métodos para abordar o assunto com as diferentes idades, de forma que os alunos tenham capacidade de absorver as informações da melhor maneira possível. Até o momento, mais de 250 mil docentes já concluíram os cursos, mas, infelizmente, a matéria ainda não é obrigatória no currículo da educação básica. Desse modo, ainda são poucas as crianças que têm a oportunidade de aprender sobre finanças na escola.
Contas bancárias para crianças são sucesso no país
Para driblar esse déficit nas escolas, é crucial que os pais invistam tempo e paciência para ensinar os pequenos sobre como lidar com o seu dinheiro. Aliados a essa causa, muitas instituições financeiras já possuem contas bancárias voltadas às crianças e jovens, que permitem que elas façam a própria gestão financeira, sempre com a supervisão e auxílio dos adultos. Segundos dados do Banco Central, em 2022 essas contas já somavam mais de 26 milhões.
Parceiros da Redebrasil, como o Bradesco, o Banco do Brasil e o Banco Inter são algumas das instituições que aderiram à prática que vem sendo bem aceita entre os papais e tem rendido frutos. O Next Joy, por exemplo, é o banco digital do Bradesco e oferece uma conta poupança gratuita para menores de 0 a 17 anos. Além de disponibilizar aos pequenos clientes cartão de débito, pix, entre outros serviços, também apresenta conteúdo de educação financeira de forma lúdica.
A gamificação é outra ferramenta que as contas destinadas ao público menor de idade vêm utilizando para ensinar as crianças a lidar com seu dinheiro. Os pais passam a depositar a mesada dos filhos e muitos já estão até aprendendo a aplicar parte do dinheiro que recebem.
5 dicas para ensinar educação financeira às crianças
Mesmo que a criança não recebe uma mesada, ensiná-la sobre o uso consciente do dinheiro ainda na infância é viável e pode ser iniciado com algumas práticas simples:
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Dê o exemplo: a mente infantil é uma esponja que absorve tudo a sua volta! Então, as ações dos adultos também são muito importantes no ensino sobre uma boa gestão das finanças. Seja um bom exemplo para o seu filho, mantendo a sua vida financeira em dia e fugindo das compras por impulso.
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Jogos e brincadeiras: uma boa forma de introduzir a educação financeira aos pequenos é por meio de atividades divertidas, que irão prender a atenção das crianças. No Banco Imobiliário, por exemplo, eles já conseguem entender que precisam de determinada quantia para adquirir suas propriedades, aprendendo também a juntar dinheiro para um objetivo e a investir pensando em ganhos futuros, no caso, os aluguéis.
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Recompensa: uma boa forma das crianças entenderem o valor do dinheiro é fazendo-os se esforçarem para ganhar o seu. A atividade deve ser adaptada para cada idade e a recompensa nem precisa ser monetária necessariamente. Apenas o fato de ser recompensado por algum esforço já ajudará seu filho a entender sobre a relação de trabalho x ganho.
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Cofrinhos dos objetivos: uma boa maneira de ensinar aos filhos a investir dinheiro é traçando objetivos de curto, médio e longo prazo. Separe 3 porquinhos de tamanhos diferentes, sendo que ele juntará dinheiro em cada um de acordo com o que deseja comprar/conquistar, seja um jogo de celular, uma bicicleta, etc. Dessa forma, ele aprenderá a poupar e também a priorizar compras, percebendo que não se pode ter tudo ao mesmo tempo.
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Anote os gastos: dar dinheiro às crianças sem esclarecer o quanto ele vale e de que forma pode ser gasto não é nada eficaz. É preciso que as crianças entendam a realidade do que o seu dinheiro pode comprar. Para isso, anote os gastos que ela tiver, explicando quanto cada coisa custou. Dependendo do objetivo dela, talvez escolha poupar da próxima vez.
Não esqueça, você é a pessoa mais importante na vida do seu filho e pode impactar positivamente na vida financeira dele quando adulto. Que tal iniciar presenteando-o com um cofrinho neste Dia das Crianças? E se ainda não se sente seguro em relação à educação financeira, essa é a sua oportunidade de buscar conhecimento. Vocês podem iniciar essa jornada juntos, é só começar!
