29/01/2024
Tudo o que você precisa saber para começar a investir

Quem não quer ganhar dinheiro ‘parado’? Cada vez mais pessoas estão colocando o seu dinheiro para trabalhar, de acordo com o Raio X do Investidor Brasileiro 2023. Em 2022, mais de 60 milhões de brasileiros já estavam investindo parte dos seus ganhos e, segundo estimativa da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), esse número aumentou quase 10 milhões no ano passado.

Está na hora de você começar a fazer parte desse grupo que busca melhorar a sua vida financeira com conhecimento, estratégia e, por vezes, um pouco de sorte! Antes de mais nada, é preciso esquecer o mito de que apenas os ricos estão aptos a investir. Atualmente, existem opções de investimentos compatíveis com todos os tipos de bolso. Na renda fixa, por exemplo, há títulos públicos do Tesouro Direto com valor inicial e aportes mensais de R$ 30.


Expressões que todo novo investidor deve conhecer


Agora que você já sabe que pode começar a investir com o valor facilmente gasto em um pedido de comida por delivery, precisa aprender alguns termos que fazem parte do vocabulário dos investidores:


  • Rentabilidade/Retorno: é o percentual que o dinheiro rendeu em relação ao valor inicialmente investido. Por exemplo, se você investir R$ 20 e, daqui há um ano, o produto valer R$ 22, houve rentabilidade de 10% ao ano;


  • Liquidez: é o tempo que o dinheiro aplicado demora para voltar para quem investiu. Quanto mais rápido for possível resgatar esse valor, mais alta é a liquidez do investimento. Em geral, quanto menor a liquidez do investimento, maior será a sua rentabilidade;


  • Risco: trata-se da possibilidade de um investimento ter um retorno baixo ou até negativo. O mais comum é que os títulos de maior risco sejam aqueles de maior rentabilidade;


  • Renda Fixa: nos investimentos dessa modalidade, sua rentabilidade é previsível. Ou seja, no ato da compra do título, você já sabe quanto terá de lucro. Por isso, é indicada para quem preza pela segurança do seu dinheiro, pelo risco baixo;


  • Renda Variável: como o próprio nome já informa, nesta modalidade não há como saber de quanto será o rendimento. Sem garantia do Fundo Garantidor de Créditos ou outro órgão, possui risco alto.


4 primeiros passos na jornada do investidor 


Com isso em mente, chegou o momento de aprender quais são os primeiros passos dessa jornada financeira:


Passo 1 – Defina quais os objetivos/metas dos seus investimentos

Um dos maiores motivadores de qualquer investimento é ter clareza do destino que será dado àquele dinheiro. Essa definição também é essencial para se escolher o tipo de investimento que será feito. Dentro desses objetivos podem estar a tão sonhada casa própria, um carro novo, uma viagem ou, até mesmo, uma reserva de emergência, entre outros.

Quem quer garantir uma aposentadoria tranquila, por exemplo, deverá optar por aplicações de longo prazo, de 10 anos ou mais. Nesse caso, a escolha deve considerar, principalmente, a rentabilidade. Já os investimentos de médio prazo (três a cinco anos) são ideais para arcar com os custos da compra de um veículo novo, dependendo do valor que você pode investir mensalmente. Por fim, a liquidez é o ponto a ser observado nos investimentos a curto prazo, de até dois anos, que são aconselháveis para quem quer guardar dinheiro para imprevistos ou fazer uma viagem nas férias. O recomendado, nesses casos, são títulos com liquidez diária, em que você consegue reaver o seu dinheiro a qualquer momento.


Passo 2 – Saiba qual é o seu perfil de investidor 

Antes de escolher os produtos financeiros nos quais irá investir o seu dinheiro, é necessário descobrir o perfil de investidor no qual você melhor se enquadra:


Conservador

Prefere investir em produtos de baixo risco, mesmo que isso signifique uma rentabilidade menor. Investimentos de Renda Fixa, como títulos públicos, são ideais para esse perfil.


Moderado

Está disposto a correr certo risco, mas nem tanto. Não abre mão da segurança da renda fixa, mas, simultaneamente, investe em opções de médio risco, como Fundos Imobiliários e algumas ações.


Arrojado

Não tem medo de se arriscar por mais rentabilidade e coloca a maioria do seu capital em renda variável. Além de maiores economias ou fontes de renda para lidar com possíveis perdas, também precisa de inteligência emocional.

Esses três perfis não são imutáveis e vão depender muito da fase da vida e da experiência que você possui enquanto investidor. É possível que você migre de investimentos de renda fixa à variável, à medida que vá ganhando mais conhecimento e confiança, alterando também o seu perfil de investidor.


Passo 3 – Coloque sua planilha financeira em dia

Definidas as suas metas e o perfil de investidor, é chegada a hora de colocar toda a sua vida financeira na ponta do lápis. Somente com um mapeamento do dinheiro que entra e sai todos os meses, você será capaz de entender melhor como está financeiramente e o quanto pode investir. Um bom método para considerar nesta etapa é a Regra 50-30-20.

A metodologia ajuda você a distribuir sua renda de forma inteligente e estratégica, conforme as suas necessidades, dando prioridade ao mais importante. Para usá-la no dia a dia, você deve considerar a sua renda líquida, ou seja, o dinheiro que sobra depois dos descontos feitos no seu salário, como impostos e outras taxas obrigatórias. Ela prevê que 50% dos seus ganhos sejam destinados aos gastos fixos essenciais (moradia, alimentação, etc.); 30% aos supérfluos (lazer, entretenimento, comer fora); e 20% ficam para investir, poupar e pagar dívidas, se tiver.

Em um primeiro momento, a sua realidade financeira pode não se encaixar nesse esquema. Mas, agora com ele em mente, é necessário avaliar onde é possível fazer cortes de gastos para remanejar seu dinheiro da melhor maneira possível.


PASSO 4 – Conheça os tipos de investimento disponíveis

Você já sabe o objetivo do seu investimento, seu perfil de investidor e quanto de dinheiro tem disponível para iniciar essa jornada. Fique por dentro dos principais tipos de investimento e avalie qual opção melhor combina com o seu momento financeiro:


  • Tesouro Direto: investimento mais popular de renda fixa e de baixo risco, permite a compra de títulos públicos de forma 100% on-line a partir de R$ 30. Nessa modalidade, você ‘empresta’ seu dinheiro ao Governo Federal e o recebe de volta com os rendimentos após o período preestabelecido.


  • Debêntures: nessa modalidade você compra títulos de renda fixa emitidos por empresas. Como não há a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), é um investimento mais arriscado, mas também é o que possui maior remuneração entre os de renda fixa.


  • CDB: o Certificado de Depósito Bancário também é um investimento de renda fixa bastante popular, no qual você compra títulos e ‘empresta’ seu dinheiro a instituições financeiras. Assegurado pelo FGC, é uma modalidade de baixo risco.


  • Fundos de Investimento: é uma modalidade de aplicação conjunta, em que o capital de várias pessoas fica sob responsabilidade de um gestor de fundo, que faz os investimentos e acompanha o mercado. Pode ser de renda fixa, variável ou mista e o tempo de resgate também varia.


  • LCI e LCA: outros investimentos de renda fixa, as Letras de Crédito Imobiliário e as Letras de Crédito do Agronegócio também são emitidas por instituições financeiras e asseguradas pelo FGC, mas seu dinheiro só pode ser aplicado nestes setores específicos. Isso garante isenção fiscal sobre seus rendimentos.

 

Devo investir se estiver endividado?


Essa dúvida surge para muitos brasileiros quando o assunto é começar a investir. Em um mundo ideal, o pagamento das dívidas e o valor para investir estão inclusos nos 20% da sua renda, e esse dinheiro não se mistura. No entanto, a realidade de muitos brasileiros não retrata esse cenário, é preciso fazer uma escolha.

Para tomar essa decisão, você precisa avaliar se o lucro do seu investimento será superior aos juros que você terá que desembolsar pelas dívidas em atraso. Na grande maioria das vezes, o valor cobrado será maior do que seu o rendimento, o que acaba gerando um prejuízo. Se esse for o seu caso, prefira se livrar do endividamento antes de começar a investir.

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